quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Motoristas de aplicativo protestam em Fortaleza após morte de colega e pedem segurança

 
A manifestação ocorre após o assassinato do motorista de aplicativo Alexandre Fernandes, de 32 anos, que foi encontrado morto na noite desta quarta-feira (12) às margens da BR-116


Motoristas de aplicativo organizaram um protesto na tarde desta quinta-feira (13) para reivindicar por mais segurança no serviço de transporte de passageiros. Em carreata, eles saíram das proximidades da Arena Castelão, em Fortaleza, por volta das 15h, com destino ao Palácio da Abolição, no bairro Meireles.


Somente este ano, em Fortaleza e na Região Metropolitana, 11 motoristas de aplicativo foram mortos enquanto trabalhavam, segundo a Associação de Motoristas de Aplicativo (Amap).


A manifestação ocorre após o assassinato do motorista de aplicativo Alexandre Fernandes, de 32 anos, que estava desaparecido desde segunda-feira (10) e foi encontrado morto na noite desta quarta-feira (12) às margens da BR-116, entre Itaitinga e Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza. 


O corpo de Alexandre foi encontrado por uma senhora em um matagal. Logo em seguida, ela acionou a polícia. A vítima estava com as mãos amarradas. O Corpo de Bombeiros foi chamado para auxiliar na remoção do corpo. O cunhado de Fernandes esteve no local do achado para o reconhecimento do corpo. 


O Sistema Verdes Mares solicitou nota a Uber, 99 e Indriver, empresas de transporte por aplicativo que Alexandre Fernandes trabalhava, a respeito das reivindicações da categoria.


Protestos por segurança

Presente na manifestação, o motorista de aplicativo Wendel Oliveira, que já trabalha há dois anos no setor, relatou o medo que enfrenta no trabalho e que, às vezes, é preciso até recusar determinadas corridas pela insegurança. Ele também conta que a filha e a esposa não permitem que ele trabalhe no período da noite, por medo.


"Eu trabalho já há dois anos como motorista de aplicativo e a minha opção foi pela falta de emprego. Trabalhava como motorista, fiquei desempregado, e pra não passar muito tempo e como a gente tem as coisas de dentro de casa, tive que pegar o meu carro e trabalhar. E o perigo é constante. Toda corrida que a gente pega é com o suspense daquela pessoa", relata Oliveira.


Roupa do corpo roubada em assalto


O motorista Erick Milton, que também esteve na carreata, relatou durante entrevista que já foi vítima de violência enquanto trabalhava. Ele conta que em uma das vezes chegaram a roubar até mesmo a roupa que ele vestia.


"Eu peguei uma passageira lá na Praia de Iracema para levar para o (bairro) Pici, onde era o final da corrida, e antes de chegar no local, a própria passageira estava com uma criança de colo e armada. Ela colocou a arma na minha cabeça e na hora que ela pediu pra eu parar o carro, chegaram dois caras. Eles levaram todos os meus pertences, inclusive a roupa do corpo, sapato, boné, até brinquedo dos meus filhos que tinha dentro do carro eles levaram", conta

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