Dona Regina Maria Amorim disse que estava em casa na tarde da última segunda-feira (13), quando a neta percebeu uma movimentação estranha no quintal. Regina diz que foi verificar o que estava acontecendo, e flagrou um suspeito correndo dentro do muro. “ele disse: a polícia está atrás de mim”, mas fugiu logo em seguida pulando o muro.
A mãe de Joanilson afirma que logo em seguida chamou o filho, que estava no quarto da casa, e relatou o que havia presenciado. Ele foi verificar dentro da casa, momento em que uma policial civil bateu no portão da residência.
Dona Regina relata que a policial perguntou se eles haviam visto um suspeito na casa. “Eu disse: Tem não. Ele pulou aqui dentro, mais já pulou pro outro lado”, reforçando que não tinha conhecimento da operação que estava acontecendo na rua.
Ela diz que o filho ainda chegou a verificar com a policial no entorno da residência, mas que eles não encontraram nada. Em seguida, Joanilson e a policial seguiram para um lado da rua, e que o filho teria ido na frente. Dona Regina relata que ficou na portão com a esposa de Joanilson, e que minutos depois a nora ouviu os disparos de arma de fogo e percebeu que o marido havia caído no chão.
A mãe da vítima diz que mesmo com dificuldade de locomoção, caminhou até o local da tragédia e encontrou o filho todo ensanguentado. “Alguém socorre meu filho. Ele não é bandido, ele é policial”, implorou, afirmando que Joanilson estava desacordado e que quando retomou a consciência pediu para que alguém estancasse o sangue.
Dona Regina afirma que apenas um colega de farda de Joanilson, da PM da Bahia, vizinho da família prestou ajuda e pediu para ele se acalmar. Segundo ela, o efetivo da Polícia Civil de Pernambuco, que participava da operação na rua, não prestou os primeiros socorros. Já o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência chegou após 30 minutos para atender a ocorrência.
A mãe da vítima disse que não viu quem atirou, mas que uma testemunha afirmou que os policiais chegaram atirando e que os disparos chegaram a perfurar o portão de uma residência e danificaram até o pneu do carro que estava na garagem. “Ela disse que não morreu pelo milagre de Deus. Disse que estava com uma criança no braço e se abaixou, mas que a bala passou perto”, destacou sobre um trecho do depoimento da testemunha.
“A conversa é essa… disse que confundiram ele com bandido. Agora o erro tá aí… mesmo sendo um bandido, tinha que atirar na cabeça? não podia atirar numa perna e algemar? ele não tinha escapatória”, lamentou.
Dona Regina diz que a arma de Joanilson, que estava com ele, foi apreendida no local. “Eu disse, porque ela vai pra perícia se ele não atirou em ninguém? Aí o delegado disse, justamente para isso, pra provar que ele não atirou em ninguém”.
“Eu desejo que a justiça seja feita. Quando um policial sai pra rua ele deve está preparado para saber agir em certas situações, não é sair atirando… ninguém merece, e não posso dizer que foi bandido que atirou nele, que não foi, foi a polícia que atirou nele. Há, mas confundiu com bandido… Isso é justificativa? isso não é justificativa”, assegurou, revelando que não acompanhou o filho no hospital pois precisou prestar depoimento na delegacia. “Recebi só a notícia do óbito”.
A viúva de Joanilson, Ingrid Silva da Rocha acrescentou que os policiais de Pernambuco não prestaram os primeiros socorros ao esposo. “deixaram ele morrer. Eles são instruídos a fazer os primeiros socorros e não fizeram isso”, lamentou. Ela disse que a PC-PE não está prestando apoio para a família, apenas a PM-BA. “Queremos justiça”.
Fonte. Edenevaldo Alves.







0 comentários:
Postar um comentário