O público-alvo foram médicos com pelo menos um ano de formação. “O objetivo é capacitar os profissionais médicos ao diagnóstico de morte encefálica”, resume Francisco Olon Leite Júnior, coordenador da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) do HRN e membro da Comissão de Doação e Transplantes da Amib.
A resolução da CFM nº 2.173/17 estabelece os procedimentos para a determinação da morte encefálica. O diagnóstico é feito por dois médicos certificados e um exame complementar, que no HRN é o eletroencefalograma. O processo é conduzido em parceria com a Organização de Procura de Órgãos e Tecidos (OPO) e a Central de Transplantes do Governo do Estado.
A celeridade no diagnóstico de morte encefálica é importante para as famílias e determinante na viabilidade da doação de órgãos. “Quanto mais rápido o diagnóstico, será abreviado o luto da família e haverá uma viabilidade maior dos órgãos no caso de uma doação”, ressalta Rogério Silveira.
Doação de órgãos e tecidos
A palestra marcou o encerramento da campanha Setembro Verde, que reforça a importância da doação de órgãos e tecidos para salvar vidas. No HRN, a CIHDOTT é formada por uma equipe multiprofissional de enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, médicos da Emergência e da Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Além disso, serviços secundários de Imagem e Laboratório auxiliam a comissão, que busca organizar institucionalmente rotinas e protocolos para possibilitar o processo da doação de órgãos e tecidos a pacientes que aguardam por um transplante.
O médico Olon Leite explica que o processo de sensibilização no HRN para a doação não é focado em um momento só, mas ocorre desde a chegada à unidade. “Percebemos que o acolhimento dá resultado quando ele é feito da mesma forma para todos os pacientes que chegam graves ao hospital. Quando o paciente é bem recebido na Emergência e a família é acolhida, isso reflete diretamente na decisão dos familiares”, destaca.
Nos casos em que o paciente evolui para morte encefálica e é fechado o diagnóstico, a equipe multiprofissional da CIHDOTT realiza uma entrevista com a família. “O objetivo é dar o diagnóstico de morte encefálica, que é um direito da família e uma obrigação médica independentemente da questão da doação. A doação é uma consequência. Focamos no suporte da família que está com a perda. Explicamos que é um direito da família a doação e que o paciente está em óbito, mas o corpo está sendo mantido por aparelhos e drogas com alguns órgãos ainda funcionando”, frisa.
O médico afirma, também, que a doação, em muitos casos, auxilia as famílias no processo de luto. “Muitas famílias que doam se sentem melhores emocionalmente por saberem que uma parte do seu ente querido pode estar vivendo em outra pessoa e que eles podem estar ajudando outra pessoa. Isso faz diminuir um pouco a dor do luto, da perda. Estamos beneficiando em primeiro lugar a família que doa, e, quando ocorre a doação, um outro grande benefício do transplante é salvar vidas ou melhorar a qualidade de vida das pessoas, reduzindo a mortalidade”.







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