Ao dar entrevistas sobre o assunto, Givaldo narra a situação como uma verdadeira história de amor e aventura sexual, dando detalhes não só do ato, como do corpo da mulher, que tem sido exaustivamente exposta na internet desde que as primeiras informações sobre o caso foram divulgadas, em 14 de março, cinco dias após o ocorrido.
Memes e piadas sobre a condição dela e do seu marido, o personal trainer Eduardo Alves, de 31 anos, que sugerem uma história fetichista e de infidelidade, viralizaram e estamparam páginas de humor e de conteúdos diversos nas redes sociais. Givaldo, por sua vez, chegou a ser chamado de “o último romântico” em diversas publicações – uma alusão à forma como ele tem comentado o caso.
Pouco se fala, no entanto, do estado de saúde dessa mulher, que está internada em uma unidade psiquiátrica de um hospital público de Brasília desde o ocorrido, com um diagnóstico que segue a hipótese de transtorno afetivo bipolar em fase maníaco-psicótica, e que está sem condições de falar sobre o assunto ou mesmo de responder pelos próprios atos, conforme indica o laudo a que o R7 teve acesso.
O psiquiatra Eduardo Perin, especialista pelo Hospital das Clínicas da USP (Universidade de São Paulo), explica que o transtorno bipolar é caracterizado por fases de depressão, que podem levar a um comportamento suicida; fases em que a pessoa está bem de humor; e fases em que ela está em um estado maníaco.
“No caso do laudo de um quadro maníaco-psicótico, isso significa que a pessoa estava acelerada, impulsiva, muito falante, muito sexualizada e sem necessidade de dormir. E essa fase pode durar alguns dias ou até meses, a pessoa fica mais impulsiva no sentido agressivo, no sentido sexual, nas compras, na comida e em atitudes inadequadas”, explica.
Segundo o especialista, a psicose é caracterizada pela presença de delírios e alterações do pensamento, que podem levar a pessoa a acreditar em algo que não está acontecendo. “Podem ser alucinações auditivas, quando a pessoa escuta uma voz; podem ser alucinações visuais, nas quais ela vê pessoas ou coisas; ou podem ser alucinações dos outros órgãos dos sentidos.”
Além disso, Perin explica que atos sexuais estão atrelados a diversos transtornos psiquiátricos, como transtornos de personalidade, de bipolaridade, de déficit de atenção com hiperatividade, assim como de dependências químicas e de outras naturezas.
De acordo com o psiquiatra, a exposição pela qual a mulher do caso tem passado pode impactar de forma negativa a sua recuperação e a sua vida.
“Quando ela sair desse estado maníaco e estiver em um humor normal ou mais depressivo, [pode ser que ela] se sinta extremamente culpada e envergonhada do ato que cometeu publicamente. Então, a culpa e a vergonha podem levá-la para um quadro depressivo, inclusive com ideação suicida”, ressalta Perin.
(R7)







0 comentários:
Postar um comentário