A violência no Estado do Ceará nos últimos anos está diretamente relacionada ao alto número de armas de fogo circulando nas ruas. Diariamente, as Polícias apreendem ilícitos e se colocam frente ao combate para retirar as armas das mãos dos criminosos.
A sequência de dois mandatos do governo Camilo Santana (PT) chega ao fim com quase 50 mil armas de fogo apreendidas no período de oito anos. Conforme levantamento da reportagem feito a partir das estatísticas da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), de janeiro de 2015 até novembro de 2022 foram 49.399 armas recolhidas no Estado.
O número indica uma média de 17 armas de fogo apreendidas a cada dia, em menos de uma década. Só neste ano de 2022, são 5.798 apreensões. O Interior Norte é a região com mais registros: 1.637.
2018 ficou em destaque como o ano com mais armas de fogo retiradas de circulação. O número é reflexo de um período sangrento, com chacinas, operações desastrosas e o avanço das facções criminosas, que delimitavam onde a população poderia circular e pichavam muros com intuito de marcar território.
85%
dos assassinatos aconteceram com uso de arma de fogo
Em 2020, o Comitê de Prevenção e Combate à Violência, da Assembleia Legislativa do Ceará, promoveu uma mesa redonda para discutir a necessidade do controle de armas de fogo e munições no Estado. Na época, a SSPDS revelou que as armas de fogo foram utilizadas em pelo menos 85% das mortes violentas.
ARMAMENTO DE GROSSO CALIBRE
Em destaque neste ano de 2022, a frequência das apreensões de armamento de grosso calibre; Em duas semanas do mês de março, policiais localizaram dois fuzis na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). O primeiro estava com a numeração raspada e foi recolhido no Eusébio, junto a quatro carregadores e 55 munições. Dias depois foi a vez de equipes da Força Tática encontrarem um fuzil calibre .556, em Maranguape.
No último mês de fevereiro, policiais militares encontraram um local que funcionava como 'Tribunal do Crime' e apreenderam armas utilizadas em assassinatos.
No terreno localizado no bairro Sapiranga, em Fortaleza, havia centenas de munições enterradas e foram apreendidas três armas. Das três pistolas, uma delas era importada, apresentando a pintura de uma facção criminosa carioca.
RECOMPENSAS
Outro dado que chama atenção ligado à apreensão de armas é quanto os policiais recebem como recompensa por recolher armamentos ilícitos. Em 2020 e 2021, policiais militares e civis do Ceará receberam mais de R$ 3,6 milhões de recompensa por essas apreensões, segundo dados da SSPDS.
Os recursos pagos aos profissionais de segurança são oriundos do Tesouro Estadual, como define a Lei nº 13.622, de 15 de julho de 2005. A apreensão de cada arma vale de R$ 400 a R$ 800 (a depender do tipo e do calibre), a ser dividido entre os policiais que participaram do flagrante. A premiação é igual para os servidores independentemente de patente ou cargo.
Dados detalhados fornecidos pela SSPDS no ano passado mostraram que revólver é o tipo de arma de fogo mais apreendido no Ceará, tanto em 2020 como em 2021. Seguido de espingarda e pistola. Fonte; DN
Jornal Caucaia
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