Quatro policiais militares denunciados pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) serão ouvidos nesta terça-feira, 3, durante audiência de instrução sobre a morte do adolescente de 15 anos Kauã Moreira Ferraz. O adolescente foi atingido por um tiro durante um confronto entre policiais e um suspeito de tráfico de drogas. O rapaz não possuía relação com a ocorrência. O caso foi registrado no dia 27 de novembro de 2023.
Conforme a família do garoto, que estava no local no momento da ação policial, os agentes de segurança teriam invadido o terreno da família. O garoto teria deixado o cavalo amarrado e se preparava para jantar quando foi avisado que o animal estava solto. Ele correu para que o cavalo não saísse da propriedade, mas foi surpreendido por tiros. Ainda correu em direção a mãe, que junto da família o socorreu para uma unidade hospitalar. No entanto, o rapaz não sobreviveu.
Câmeras flagraram o momento que a mãe pedia socorro com o filho nos braços ferido. Os familiares ainda relatam que há um momento, nas imagens, em que o aparelho celular do adolescente cai no chão e um dos policiais recolhe o aparelho, coloca no próprio bolso e sai.
O Ministério Público denunciou os quatro policiais militares por homicídio, omissão de socorro, tortura e fraude processual. No dia 2 de abril deste ano os quatro policiais militares foram presos mediante cumprimento de mandado de prisão. Segundo o Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE) os quatro denunciados Leon Lawson Soares Ramos, Flávio Alves da Costa, Anastácio Warney Menezes Pedrosa e Vanderson Luiz Pinheiro Alves serão ouvidos. Também serão ouvidas as testemunhas do caso, sendo 23 de defesa e nove de acusação, incluindo a mãe da vítima. Leon Lawson e Flávio Costa têm 15 testemunhas de defesa, enquanto Vanderson Pinheiro e Anastácio Pedrosa, oito testemunhas.
Conforme o TJCE, o processo tramita na 1ª Vara da Comarca de São Gonçalo do Amarante, na Região Metropolitana de Fortaleza. "O objetivo da audiência de instrução é colher provas e depoimentos das testemunhas para que o juiz fique convencido ou não da autoria do delito. Assim, o resultado depende desse convencimento do magistrado", informa o órgão.
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