Somado à falta de medicamentos e insumos, o Instituto Dr. José Frota (IJF) vive um panorama de precarização de serviços que afeta não só pacientes e acompanhantes. Os profissionais do maior hospital municipal de Fortaleza denunciam um cenário de improvisos, atrasos salariais e adoecimento que vêm se intensifi-cando nos últimos meses.
Em meio à rotina caótica da unidade, especializada no tratamento de traumas de alta complexidade, palavras como “angústia” e “impotência” marcam os depoimentos de quem está na linha de frente, funcionários de diferentes áreas do IJF ouvidos pela re-portagem. Por questões de segurança, todos os nomes aqui são fictícios.
Maria*, técnica de enfermagem servidora do hospital há mais de uma década, por exemplo, relata que nunca imaginou passar por um momento como o atual – embora reconheça que “esse colapso já havia sido anunciado pelos servidores há muito tempo, e reflete negligência histórica”.
“O sentimento de impotência é esmagador, especialmente quando nos deparamos com prescrições médicas que não podem ser atendidas pela simples inexistência de medi-camentos básicos”, desabafa.
Denúncias recebidas pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) na última semana, re-portadas pelo Diário do Nordeste, dão conta de que 279 de 375 medicamentos estari-am com estoque zerado no Instituto.
Além disso, relatos de pacientes e acompanhantes descrevem a carência de itens es-senciais, como gaze, fraldas e lençóis; bem como o cancelamento de cirurgias, a falta de estrutura para acompanhantes – que precisam dormir no chão, em papelões – e até a demora na entrega de refeições.
Fonte: Diário do Nordeste
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