A cada chuva mais intensa, moradores do bairro Conjunto Metropolitano (Picuí), em Caucaia, vivem momentos de tensão. As ruas da comunidade, sem pavimentação, rapidamente se transformam em rios de lama, lixo e areia, dificultando o deslocamento de pedestres e expondo a população, principalmente crianças e idosos, a riscos.
Nas últimas semanas, relatos de alagamentos severos voltaram a se repetir. Em uma das ocasiões, a água demorou dias para escoar, atingindo níveis que, segundo moradores, chegaram à altura do pescoço de quem tentava atravessar a pé. A situação se agrava pela proximidade do bairro com o Rio Ceará, que transborda com facilidade durante o período chuvoso.
Moradores como Edilmar Souza, que trabalha com reciclagem, descrevem a realidade com frustração. "Todo ano é a mesma coisa, quando chove forte é certeza de enchente. Já virou rotina", lamenta. Em muitas ruas, placas de venda nas fachadas das casas refletem o desânimo dos residentes, que dizem ter dificuldade até para doar os imóveis.
A moradora Uelida Maria relata que, em um dos alagamentos mais recentes, ficou ilhada no andar superior de casa com o filho e dois cachorros, enquanto aguardavam a água baixar. O jantar da noite foi improvisado com biscoitos e bolo. As perdas materiais também pesaram: galinhas criadas no quintal pelo sogro da família morreram afogadas.
Ações da Prefeitura
Segundo informações da Prefeitura de Caucaia, entre março e abril, cerca de 69 famílias precisaram ser removidas para uma escola da região após o transbordamento do Rio Ceará. Os abrigos contam com o apoio de equipes da assistência social, saúde e outros órgãos municipais.
A gestão afirma que a Defesa Civil segue monitorando os pontos críticos do município e que são feitas intervenções, como o uso de retroescavadeiras para desobstrução de canais e melhoria da vazão da água. No entanto, moradores alegam que as medidas não têm sido suficientes para resolver o problema de forma definitiva.







0 comentários:
Postar um comentário